São Paulo, domingo, 2 de julho de 1995
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CDB foi o que mais rendeu desde julho

DA REDAÇÃO

Todas as aplicações financeiras que rendem juros, como poupança e fundos de investimento, deram ganhos reais (acima da inflação) aos investidores nos primeiros 12 meses de Plano Real. Prejuízo teve quem optou por dólar e ações.
A maior rentabilidade líquida (descontado o imposto) de julho de 94 a junho de 95 foi a do CDB (Certificado de Depósito Bancário) prefixado, com 61,39% brutos e 55,25% líquidos. O ganho sobre o IPC-r foi de 14,75%.
Em seguida vieram os fundos de renda fixa e de commodities (ver gráfico acima), com alguma vantagem sobre a caderneta de poupança, que ganhou competitividade só a partir de março de 95, com a mudança do redutor da TR (1,2% para 1%). A partir de agosto o redutor voltará a 1,2%.
As aplicações de renda fixa com menor rentabilidade foram o FAF (fundão) e os fundos de curto prazo (criado como fundão em URV), justamente os que permitem saque diário sem qualquer carência inicial, como ocorre com os fundos de commodities.
O dólar deu prejuízo para quem decidiu apostar nessa moeda porque o governo usou-o para segurar os preços internos.
O dólar barato estimulou as importações e, com isso, empresas que sem essa concorrência reajustariam facilmente seus preços foram obrigadas a segurá-los.
Ações também foram mal e tiveram, para complicar, o estouro da crise mexicana em dezembro.
Antes da eleição do presidente Fernando Henrique Cardoso, as expectativas que se criaram jogaram os preços das ações para cima. Passada a eleição, o mercado não teve novos fatos positivos para justificar novas altas.
A crise mexicana assustou investidores estrangeiros (embora a fuga tenha sido mais intensa no segmento que aplicada em renda fixa), o congelamento das tarifas públicas foi vista como negativa para a rentabilidade das estatais e o programa de privatização não deslanchou como previsto.
A partir de março, com a mudança na política cambial, os juros internos subiram mais e o custo do dinheiro, como se sabe, costuma funcionar como concorrente das aplicações de risco, como ações.
O CDI-over (juro praticado entre os próprios bancos diariamente) acumulou taxa de 63,24% nos 12 meses do Real. Na ponta de aplicação, é o maior juro do mercado. Não é possível fazer a rentabilidade líquida porque os bancos pagam imposto sobre o lucro apurado no balanço.

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