São Paulo, domingo, 2 de julho de 1995
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Aposentada ainda é fiel à caderneta

Poupança traz tranquilidade, diz Elisa

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A caderneta de poupança, mesmo com mudanças de cálculo de rendimento, continua sendo a opção de investimento da secretária aposentada Elisa Romero Castilho, 68.
Elisa tem duas poupanças, uma no Bradesco e outra na Caixa Econômica Federal, em São Paulo. As cadernetas recebem, ``um mês ou outro", depósitos entre R$ 30 e R$ 50.
A poupança, diz Elisa, é o único instrumento que os aposentados têm para guardar algum dinheirinho para emergências.

Tranquilidade
``A caderneta traz alguma tranquilidade para a gente, já que a aposentadoria está muito baixa atualmente", conta.
Viúva e com um filho, Elisa diz que procura não sacar dinheiro da caderneta, apesar de ajudar o filho a pagar a faculdade de direito.
``Mas neste mês tive que tirar um pouco da poupança para pagar despesas extras", diz Elisa, que trabalha como secretária voluntária na Federação de Aposentados e Pensionistas do Estado de São Paulo.
Ela considera que o atual rendimento da poupança (3,40% em junho) é muito baixo, ``significa quase nada".

Em queda
Elisa diz, ainda, que a sua capacidade de poupar está diminuindo com o tempo.
``Quando me aposentei, recebia o equivalente a sete salários mínimos e hoje o rendimento não chega a cinco mínimos."
Ela conta que só poderia aumentar a sua capacidade de poupar -sempre na caderneta- quando os aposentados conseguirem recuperar, na Justiça, as suas perdas salariais.
``Calculamos que para repor nossas perdas, desde quando o Plano Collor não repassou o aumento do mínimo às aposentadorias, precisaríamos ter um reajuste de 184%", diz Elisa.
A aposentada se diz ainda preocupada com a livre negociação. ``Vamos ter correção somente em maio do ano que vem, apesar de diversos preços já estarem subindo."
Segundo ela, somente o seu plano de saúde vai subir 39% no próximo mês. ``O jeito vai ser ficar alguns meses sem depositar na caderneta."
(SB)

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