São Paulo, domingo, 2 de julho de 1995
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Fluxo de capitais para AL já estava em queda antes do México quebrar

FERNANDO CANZIAN
ENVIADO ESPECIAL A DENVER

Os vários países latino-americanos que adotaram planos de combate à inflação e que vêm sustentando suas economias com dinheiro ``volátil" de investidores internacionais deverão amargar ainda por muito tempo a instabilidade e conviver com ciclos recessivos.
Este é o caso, principalmente, do Brasil, da Argentina e do México. Os gastos em dólares desses países, com importações e dívidas externas, têm superado sistematicamente o ingresso de moeda forte com exportações.
Estudo obtido pela Folha e realizado pelo economista argentino Roberto Frenkel, responsável pelo Plano Austral na Argentina durante o governo do presidente Raúl Alfonsin, mostra que há muito tempo o capital externo deixou de ser fonte de financiamento para países em apuros.
Confiança
``O fluxo de capital estrangeiro para a América Latina verificado entre 1991 e 1993 não vai se repetir, mesmo que aumente a confiança dos investidores nestas economias", diz Frenkel.
Entre 91 e 93, os países latino-americanos receberam US$ 165,9 bilhões em aplicações ``voláteis" (destinadas a mercados como o de ações, e não para investimentos produtivos).
O volume foi decrescente ano após ano, mas foi equivalente a uma média anual de US$ 55 bilhões.
Em 1994, antes da crise mexicana, que só ocorreu em 20 de dezembro, o fluxo de capital estrangeiro para a América Latina já havia caído para US$ 46,2 bilhões - US$ 9 bilhões a menos que a média dos três anos anteriores.

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