São Paulo, domingo, 2 de julho de 1995
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Droga atua no cérebro

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

O Prozac -nome comercial da fluoxetina- é o primeiro representante da chamada ``nova geração" de antidepressivos, drogas que prometem eficácia contra depressão e ansiedade com menor risco de efeitos colaterais.
Os integrantes dessa geração são também conhecidos como "inibidores seletivos da recaptura da serotonina.
A serotonina é um neurotransmissor -substância que funciona como mensageira entre células do sistema nervoso central.
Uma das hipóteses atuais sobre o mecanismo que leva à depressão é de que existe uma menor atividade nos sistemas que dependem da serotonina.
Medicações como o Prozac aumentam a concentração de serotonina disponível no cérebro. Isso facilitaria a transmissão de informações entre as células nervosas e aliviaria os sintomas da depressão.
Os antidepressivos mais antigos atuam em vários sistemas de neurotransmissores ao mesmo tempo. Por isso, eles podem trazer mais efeitos indesejáveis.
A idéia de que o Prozac altere a personalidade das pessoas, que ficariam mais objetivas e confiantes, não passa de especulação.
O que a medicação pode fazer é tratar os distímicos -portadores de uma espécie de depressão de difícil diagnóstico, com longa duração e sintomas menos intensos-, que passam a se sentir melhor.
Até aí, nenhuma surpresa. Doses baixas de antidepressivos clássicos têm o mesmo efeito.
Na esteira do Prozac, outras medicações estão sendo lançadas no mercado. Paroxetina, sertralina, fluvoxamina e venlafaxina são algumas delas. Até segunda ordem, fica questionável a ``superioridade" dessas medicações sobre os antidepressivos clássicos.

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