São Paulo, terça-feira, 4 de julho de 1995
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Internet, sol e praia

MARIA ERCILIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Aconteceu na semana passada o grande evento anual da Internet Society, a Inet 95. O ambiente não foi nada "cyber": três dias no Havaí.
Algumas conclusões: provavelmente daqui a um ano empresas vão começar a fazer dinheiro com a rede, em vez de simplesmente vender livros sobre a Internet e fazer parcerias com empresas relacionadas à Internet.
Um dos projetos de Web mais exóticos foi o do italiano Marco Padula: uma página para o Cemitério de Milão.

A língua do IP
Três problemas técnicos foram as estrelas da conferência: o primeiro e mais urgente é o novo protocolo da Internet. O que permite que os computadores na Internet "falem" um com o outro é uma "língua" chamada IP (Internet Protocol).
O IP mostra sinais de esgotamento, exatamente quando a Internet está se tornando comercial. Está sendo redesenhado para permitir maior segurança e aumentar o número de endereços possíveis (o número de endereços possíveis atualmente, embora enorme, é finito).
Os outros dois probleminhas são a segurança e a privacidade. As empresas que americanas que hoje estão pulando na Internet como lemingues enlouquecidos não falam em outra coisa senão segurança. Para ganhar dinheiro de verdade, é preciso trafegar dinheiro pela rede, o que hoje é apenas um sonho.
Na outra ponta, os fregueses da rede se preocupam com a sua privacidade. Está cada vez mais fácil saber o que uma pessoa compra, os lugares que ela acessa, suas preferências e o limite de seu cartão de crédito.

Internet de papel
Encaremos a realidade: o que a comercialização da Internet mais produziu até agora foi empresas de consultoria e capas de revista. Aliás, pela capa se conhece o periódico. A "Economist" saiu ontem com um dossiê sério e detalhado sobre a presença da rede no mundo. A Business Week acaba de publicar também um dossiê de 20 páginas sobre tecnologia da informação.
Já a "Time" presenteou seu leitorado na semana passada com aquela apelativa reportagem sobre "cyberpornografia".
A "Time" publica alguns resultados de uma pesquisa da Universidade Carnegie Mellon sobre pornografia na rede. De resto, muita especulação e alarmismo.

Tantas emoções
Melhores frases da Inet 95: "A única coisa que os bits não resolvem é o problema emocional humano". Quem disse foi Eric Schmidt, diretor técnico da Sun Microsystems.

Acordo
Aliás, depois de todo o escândalo de sua captura, Mitnick negocia um acordo com a Justiça, longe dos holofotes. O acordo deixaria somente uma das 23 acusações que pesam sobre ele.

Mais cyberpornô
Mais uma emenda foi proposta na última sexta no Senado americano, sobre aquele inesgotável e fascinante assunto da pornografia na Internet. A idéia da "Internet Freedom and Family Empowerment Decency Act" é que o acesso à pornografia seja bloqueado por programas especiais, quando necessário. Já existem alguns programas desse tipo hoje nos EUA, como o "NetNanny (alguma coisa como "babá da Net".

O e-mail de NetVox é netfolha@sol.uniemp.br

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