São Paulo, sexta-feira, 7 de julho de 1995 |
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Três jogadores desequilibram na seleção
JOEL SANTANA
Os jogadores convocados por Zagallo, um treinador experiente e respeitável, demonstram motivação e qualidade técnica. Não pensem, porém, que a competição será fácil para o Brasil. Teremos que superar vários obstáculos para levantar a taça. O clima, por exemplo, é frio e úmido, o que deve nos atrapalhar. As chuvas deixam os campos alagados e, pelo que estou sabendo, o estado dos gramados não é dos melhores. A grama colocada é nova e é possível que se desprenda durante o torneio. Como o time é técnico, pode ter problemas. Argentinos e uruguaios, nossos tradicionais adversários na América do Sul, são as equipes que mais dificuldades devem dar aos nossos jogadores. Tanto a Argentina quanto o Uruguai conquistaram mais vezes a Copa América do que o Brasil. Uma das explicações é a importância que eles dão à competição. Nós, infelizmente, pelo problema crônico do calendário brasileiro, não pudemos nos dedicar o suficiente em diversas ocasiões. Agora, vamos torcer para que a história seja diferente. Na seleção do Brasil, eu gostaria de destacar três jogadores que devem se destacar na Copa América. O primeiro é Juninho, do São Paulo. Ele foi muito bem no Torneio da Inglaterra, em junho. O segundo é Edmundo, que teve ótimas atuações quando jogou no Palmeiras e é um atleta de muita qualidade, que eu conheço bem, porque já treinou comigo no Vasco. O terceiro é Roberto Carlos, lateral do Palmeiras, um jogador de muito futuro. Como sinto que a seleção está empenhada na competição e o nosso futebol vive um momento especial, temos que nos sentir confiantes. Eu espero que possamos assistir a verdadeiros espetáculos de futebol, que foi o que pudemos presenciar, por exemplo, na final do Estadual do Rio. O futebol do Rio e de São Paulo, Estados alicerces do futebol brasileiro, têm grandes jogadores em atividade e mostram uma geração promissora, que deve nos dar muitas alegrias no futuro. Felizmente, o Flamengo, no Rio, tomou a iniciativa de contratar grandes jogadores e os outros times, como foi o caso do Fluminense, tiveram que correr atrás. Nós entramos desacreditados no campeonato e vencemos. Com a seleção é um pouco diferente. A equipe não está desacreditada. O torcedor tem toda a esperança de que o time faça um bom papel. E, como já salientei, tem reais motivos para se sentir assim. O que nos resta, agora, é assistir ao campeonato, torcer pelos nossos jogadores e lhes desejar sucesso. Que eles tenham a felicidade que nós tivemos, aqui no Rio, quando conquistamos o título com o Fluminense, e que o futebol brasileiro continue vivendo momentos de glória. Com esta geração, não vai ser difícil. Texto Anterior: Dida desafia mito do goleiro negro na seleção Próximo Texto: A 'ira branca' Índice |
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