São Paulo, domingo, 16 de julho de 1995
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Pesquisa detecta altos e baixos de novela

ARMANDO ANTENORE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Retrato Consultoria e Marketing, com sede no Rio de Janeiro, realizou a pesquisa sobre ``A Próxima Vítima". Colheu os dados entre os dias 29 e 30 de maio, sob encomenda da Rede Globo.
Muitas vezes, com base em trabalhos da Retrato, a Globo modifica o rumo de tramas que não caíram no gosto do telespectador.
Tecnicamente, a pesquisa sobre ``A Próxima Vítima" é do tipo qualitativo. Para fazê-la, a Retrato não saiu às ruas escutando milhares de pessoas como ocorre em levantamentos quantitativos.
Ouviu apenas 20 mulheres: dez no Rio e dez em São Paulo. A mais velha tinha 53 anos. A mais nova, 22.
Foram escolhidas de acordo com critérios estatísticos para que o grupo pudesse representar todos os telespectadores de ``A Próxima Vítima".
Nenhum homem participou da pesquisa porque, no Brasil, as novelas têm por alvo o público feminino.
Cada grupo de dez mulheres se reuniu durante três horas e debateu sobre a trama. Um representante da Retrato mediou a conversa. Depois, produziu um relatório com as conclusões da discussão.
A Globo e o instituto de pesquisa não quiseram divulgar os resultados do levantamento. Mas o autor de ``A Próxima Vítima", Silvio de Abreu, concordou em passá-los com exclusividade à Folha.
A Retrato faz estudos qualitativos sobre telenovelas desde 1987. Tem como clientes -além da Globo- o SBT, a Manchete e a Bandeirantes.

Datafolha
Entre os dias 4 e 6 de abril, o Datafolha promoveu uma pesquisa quantitativa que também tratava de racismo. Escutou 5.081 pessoas no país inteiro, todas com 16 anos ou mais.
Os resultados, publicados em junho, indicam que 87% dos brasileiros brancos, pardos e amarelos possuem preconceito contra negros, mas não o admitem. São racistas enrustidos ou ``cordiais", como os personagens de ``A Próxima Vítima".
(AA)

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