São Paulo, quarta-feira, 19 de julho de 1995
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PF vê ``maracutaia" em importação

CLÁUDIA MATTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O diretor-geral da PF (Polícia Federal), Vicente Chelotti, está convencido de que houve ``maracutaia" na importação das duas toneladas de armas apreendidas no Aeroporto Internacional do Rio (Galeão), na última quinta-feira.
O carregamento foi importado da China pela ABCA (Associação Brasileira de Colecionadores de Armas), que tem sede no Rio.
``Não tenho dúvida de que houve maracutaia por trás desse contrabando legal", afirmou Chelotti, após passar a manhã no Rio, reunido no Ministério Público.
Baseado nos relatos de seus agentes, Chelotti duvida até mesmo que as armas sejam réplicas, como alegou a ABCA para justificar a legalidade da importação.
A legislação brasileira proíbe a importação de armas em uso pelas Forças Armadas de qualquer país.
``Admito até que haja colecionadores de verdade nessa associação, mas a grande maioria não é. É estranho que a ABCA esteja quieta e não esteja se movimentando para liberar as armas", afirmou.
Ele acompanhou o delegado da PF Antônio Carlos Rayol, encarregado do inquérito, e o procurador da República Alex de Miranda, que pediu a apreensão das armas, deferida pela Justiça Federal, ao Arsenal de Guerra do Exército.
Eles estiveram no local para levar à perícia da PF amostras das armas apreendidas. As armas continuarão sob a guarda do Exército até a conclusão do inquérito.
Hoje, a PF ouvirá o depoimento de Leonardo Arruda, presidente da ABCA. Arruda afirmou que a importação é legal e que nada teme.
``Está me parecendo que a Polícia Federal está com inveja de não poder adquirir armas como essas. Foi tudo legal", disse Arruda.
Ele solicitou ontem ao Exército a abertura de um inquérito policial-militar para apurar o caso.

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