São Paulo, quarta-feira, 19 de julho de 1995 |
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Jerry Lewis encontra De Niro
INÁCIO ARAUJO
O dia está tão rico que quase dá para passar batido por "Olhos na Boca", a menos que se tenha um interesse particular na obra de Marco Belocchio. O ótimo cineasta italiano está, aqui, num de seus momentos de confusão (o que o torna, diga-se, confuso, não nulo). O principal está mesmo na Globo, que fecha sua programação do dia com o "Amarcord", de Fellini. Foi escolhido, em recente pesquisa da Folha com cem críticos de todo o mundo, um dos dez melhores dos cem anos de cinema. É, com certeza, um dos mais confessionais do diretor italiano. Aqui, trata-se de rever sua infância, em episódios bem-humorados, até quando a presença nazista no país, durante a Segunda Guerra Mundial, está em pauta. Antes dele, entra "O Rei da Comédia", um grande Martin Scorsese. Robert De Niro faz o homem convencido de ser um fenômeno cômico. Ele quer uma chance no show de Jerry Lewis (que está muito do sério). Scorsese nos poupa da abstração corrente às críticas à TV pelo cinema (tipo "Rede de Intrigas"). Prende-se aos personagens. Ao tipo de sonhos que gera (o de De Niro), à estranha inflexão que empresta a certos caráteres, em vista da celebridade de suas imagens (é o caso de Jerry). A discrição com que "O Rei da Comédia" trata seu tema equivale à eficiência: Scorsese pega um aspecto, entre outros, da TV e o disseca com mãos delicadas. (IA) Texto Anterior: Bomba! Bomba! Roubado é mais gostoso! Próximo Texto: Phytoervas vem básico demais em seu primeiro dia Índice |
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