São Paulo, domingo, 30 de julho de 1995 |
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Clima deixa Belém com menor inflação
FRANCISCO SANTOS
Ela ficou em 8,70% para famílias com renda mais baixa e 10,41% para as classes média e alta. As médias nacionais foram, respectivamente, de 11,32% e 12,19%. O primeiro índice é o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que apura a inflação baseado no consumo de quem ganha até oito salários mínimos. O outro é o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a alta dos preços para quem ganha até 40 mínimos. Isso seria reflexo da quase ausência de coleções de inverno, que pressionam os preços das roupas a partir de abril. No outro extremo da alta de preços de janeiro a junho deste ano ficou a região metropolitana de Porto Alegre, situada na área mais fria do país e onde os preços das roupas sofrem forte influência dos lançamentos da moda-inverno. Em Porto Alegre, a inflação medida pelo INPC foi de 12,69%. Pelo IPCA, a alta foi de 13,84%. O grupo de vestuário apresentou no período altas de 8,31% e 8,34%, respectivamente. Nos dois índices, foram as maiores altas do país das roupas, calçados e acessórios (bolsas, jóias e outros). O IBGE é o único órgão que pesquisa a alta dos preços no varejo (preços ao consumidor) com abrangência nacional. A amostra para o INPC e o IPCA é colhida nas regiões metropolitanas do Rio, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Brasília, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba e Goiânia. Além de Porto Alegre, no primeiro semestre a inflação medida pelo INPC ficou acima da média nacional no Rio (11,33%); Recife (11,79%); São Paulo (12,12%); e Salvador (11,71%). Abaixo da média, além de Belém, ficaram Belo Horizonte (10,43%); Brasília (11,31%); Fortaleza (9,59%); Curitiba (10,92%); e Goiânia (10,57%). Embora o produto que mais aumentou de preço na maioria das regiões e na média nacional tenha sido a cebola (veja texto na página ao lado), o maior responsável pela inflação em todas as regiões pesquisadas foi o aluguel residencial. No INPC ele atingiu alta média de 37,49%, com pico de 43,90% em Porto Alegre e mínimo de 24,99% em Salvador. Para a classe média, os aluguéis subiram um pouco menos, ficando em 36,66% na média nacional do INPC. O pico também foi em Porto Alegre (41,64%) e o menor em Brasília (30,17%). Márcia Quintslr alerta que o aumento maior de preços não significa que a região de Porto Alegre é a mais cara do país e que tem os aluguéis mais altos. Também a alta menor em Belém não significa que ela é a cidade mais barata. Pode ocorrer exatamente o oposto. De acordo com a especialista, os preços em Porto Alegre poderiam estar muito baixos, dando margem a reajustes maiores que em outras regiões. Situação inversa ocorreria em Belém e as duas cidades poderiam, hipoteticamente, continuar como a mais barata e a mais cara do país, respectivamente. Texto Anterior: Trigo e feijão pressionam no 2º semestre Próximo Texto: Para Fipe, 3,99% é pico no ano Índice |
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