São Paulo, quarta-feira, 2 de agosto de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Petrobrás teme negociação de salário
FRANCISCO SANTOS
É que o número, revelado pelo presidente da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Antônio Carlos Spis, é quase 150% superior à variação do IPC-r (Índice de Preços ao Consumidor em real) do período compreendido entre setembro de 94 a junho de 95, que foi de 20,94%. Pela legislação em vigor, a variação do IPC-r entre a data-base da categoria (setembro) e junho deste ano, quando o índice foi extinto pelo governo, é a única correção salarial que as empresas estão obrigadas a conceder a seus empregados. O raciocínio de setores do primeiro escalão da empresa ouvidos pela Folha é de que há condições de ser negociado um reajuste acima do limite legal, a título de produtividade. No entanto, há pessimismo quanto à possibilidade de a equipe econômica do governo respaldar uma negociação nesses termos. A base para esse ganho de produtividade -o número não chegou a ser aventado, mas foi ressalvado que ele nem de longe aproximaria o reajuste total dos 50%- seria, principalmente, o lucro de US$ 1,7 bilhão obtido no ano passado pela estatal, o segundo maior da sua história. Os estudos para a adequação dos ``interníveis" (relação entre os vários níveis) salariais da empresa, previstos no protocolo assinado entre a estatal e a FUP em 25 de novembro de 94, teriam concluído ser possível uma elevação salarial dos segmentos com remuneração mais baixa. Protocolo recusado O reajuste iria onerar a folha de pagamentos da empresa em aproximadamente 5%. Como o cumprimento do protocolo não teria sido aceito pela área econômica do governo, permanecia havendo a disponibilidade de recursos para fazê-lo. Mas as mesmas pessoas que fazem esse raciocínio entendem também que o mais provável é o governo querer mostrar com a Petrobrás que a legislação tem que ser cumprida à risca, sob pena de estimular o setor privado a fazer letra morta da medida provisória que desindexou os salários a partir de 1º de julho. O presidente da Petrobrás, Joel Mendes Rennó, disse à Folha apenas que a empresa está ``aberta a negociar", mas que só poderia falar em qualquer número depois que as negociações salariais fossem iniciadas. Texto Anterior: Governo paulista deve acelerar ritmo de privatização neste ano Próximo Texto: Prejuízo da Petrobrás é de R$ 56 milhões Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |