São Paulo, sábado, 5 de agosto de 1995
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A serpentina não existe

BARBARA GANCIA
ENVIADA ESPECIAL A RIBEIRÃO PRETO

Furo! Furo! Diretamente de Ribeirão Preto, a capital mundial do chope (Munique a gente esquece e deixa para lá), enfim, a verdade vem à tona: sabe aquela história de que existe uma serpentina ligando o famoso bar Pinguim à sede da Antarctica? Pois é mentira! Esta repórter finalmente põe luz sobre a questão: é tudo papo-furado.
Me responda, dr. Sócrates: se Ribeirão é tida como capital mundial do chope, quer dizer que também é, descontando Munique, claro, a capital mundial do uso de toaletes? Cerveja é fogo!
Saiba, ó leitor cidadão do mundo sem visto de entrada, que aqui em Ribeirão existe uma praça chamada Rainha Leonor de Lancaster. Só não me pergunte quem foi Leonor de Lancaster. Do meu tempo que ela não é.
Aqui em Ribeirão, avenida Lafayette virou avenida Lafaite. Nesse caso, não deve demorar muito para outra importante via da cidade, a Independência, mudar para avenida Inadimplência.
Não pense que só porque Ribeirão é a Califórnia tapuia a palavra da moda, inadimplência, não pintou aqui. A coisa está negra. É Ribeirão duplamente preto.
Apesar de, dias atrás, a Ceterp (a Telesp local) ter praticamente duplicado para 40 mil o número de linhas celulares, a despeito de apartamentos de 300 m2 chegarem à casa dos US$ 450 mil, a crise também mostrou sua fuça aqui.
E tem a mesma cara da que a gente vê em cidades que nem peru à califórnia comem mais: mercadorias paradas nas lojas, pizza micada nas duas Pizza Hut que o Roberto Carlos abriu na cidade. Bem, assim já é alarmismo, pois carro velho aqui tem dois anos e não dez como no resto do país.

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