São Paulo, sábado, 5 de agosto de 1995
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Croácia lança ofensiva para retomar a Krajina

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Croácia lançou ontem uma grande ofensiva contra a Krajina. Os croatas anunciaram a captura da cidade de Petrinja e cercaram Knin, autoproclamada capital dos sérvios na região croata.
Os sérvios responderam com um bombardeio a um subúrbio de Zagreb e com um ataque a uma refinaria em Sisak, onde uma jovem croata foi morta.
O Exército croata mobilizou cerca de 100 mil homens, que avançam em 30 pontos da fronteira com a Krajina, apoiados por artilharia pesada e aviões.
Os croatas afirmaram ter colocado fora de combate 760 soldados sérvios e capturado cinco tanques de guerra.
Um porta-voz do Ministério da Defesa croata disse que suas tropas estavam há poucos quilômetros de Knin e que focos de resistência em Petrinja eram vencidos com combates de rua.
``Casas estão queimando, as ruas estão cheias de vidro e destroços, muitos locais civis foram atingidos", relatou um correspondente da agência ``Beta" em Belgrado, sobre a situação em Knin.
Com o cerco a Petrinja e da vizinha Glina os croatas tentam neutralizar postos de artilharia sérvios que poderiam atingir Zagreb.
Um subúrbio de Zagreb foi atingido na tarde de ontem por um míssil lançado pelos sérvios. Pouco antes do ataque, o toque das sirenes de alerta na cidade interromperam uma entrevista coletiva do porta-voz do Ministério da Defesa, Ivan Tolj, na capital croata.
``Não acreditamos mais que os mísseis possam atingir o centro da cidade", disse.
Um soldado dinamarquês da ONU morreu e dois poloneses ficaram feridos em um ataque de tanques croatas a um posto de observação das Nações Unidas.
A Otan (aliança militar ocidental liderada pelos EUA) ameaçou usar ataques aéreos em caso de ameaça às tropas da ONU.
Milhares de sérvios fugiam ontem em caravanas da região norte da Krajina, em direção à Bósnia.
Eles ampliam o contingente de cerca de 13 mil refugiados que já abandonaram as cidades de Grahovo e Glamoc, conquistadas no início da ofensiva croata.
O presidente dos EUA, Bill Clinton, defendeu a ação. ``A ofensiva croata foi lançada em resposta aos ataques sérvios contra Bihac, uma das zonas de segurança na Bósnia, e, aparentemente, permitiu aliviar a pressão", disse Clinton durante entrevista na Casa Branca, em Washington.
Ele afirmou estar preocupado com ``os perigos da extensão do conflito" na ex-Iugoslávia. França, Alemanha, Rússia, Reino Unido e Itália condenaram os ataques.
Em Belgrado, o Partido Socialista, do presidente da Sérvia, Slobodan Milosevic, ignorou os apelos para ajudar os sérvios e apenas divulgou declaração condenando a ``agressão croata".

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