São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 1995
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Construtoras mudam formas de pagamento

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O setor da construção aproveita o Salão do Imóvel para mostrar seu ``jogo de cintura".
Com a proibição do repasse da inflação nas parcelas de contratos de venda firmados após 1º de julho último, as empresas estão trabalhando com sistemas alternativos de financiamento.
Uma das soluções encontradas pelo mercado é vender seus imóveis à vista. Essa alternativa, entretanto, esbarra no restrito número de pessoas com poder aquisitivo para esse tipo de negócio.
Outra forma de negociação adotada pelas construtoras é a chamada venda a preço de custo.
Nesse sistema, o comprador paga a entrada e salda todas as parcelas durante a construção. O cálculo de cada parcela é feito dividindo-se as despesas de mão-de-obra e matéria-prima pelo número de compradores do empreendimento.
Com a inflação e a flutuação de preços, as parcelas podem variar bastante de um mês para o outro.
Mas há quem prefira adotar esse recurso na hora de vender seus imóveis. A construtora Técnica, por exemplo, atua há 16 anos no mercado e sempre vendeu a preço de custo. Assim a empresa não enfrenta problemas em fechar contratos depois da medida provisória.
``O preço de custo é seguro para construtores e compradores", acredita o diretor-comercial da empresa Horácio Aizcorbe.
``O consumidor precisa ter fôlego financeiro para comprar imóveis a preço de custo. Se ele não souber avaliar seu poder de compra, quem perde é o vendedor", acredita Wagner Figueiredo, 32, da Pretrucci Imóveis.
Mas a forma de venda mais usada pelas construtoras é aquela que, além das parcelas mensais, também inclui as anuais.
Desde o Plano Real, a adoção de parcelas anuais havia caído praticamente em desuso entre construtoras, mas o efeito da MP 1.053 ``ressuscitou" o recurso.
A Gevim é uma das imobiliárias que passou a adotar parcelas anuais. ``Fazemos planos com parcelas mensais pequenas. A diferença desses valores, no entanto, acaba se acumulando em grandes parcelas anuais", explica Walter Alechinsky, 55, diretor-comercial da empresa.
Para ele, essa não é a solução ideal porque exige muito controle do comprador, que tem de poupar todo mês para liquidar a anual. ``Mas é a única alternativa."

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