São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 1995
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Fiscalização em MG autua nove siderúrgicas

DANIEL BRAMATTI
ENVIADO ESPECIAL A MINAS GERAIS

As indústrias siderúrgicas que produzem ferro gusa em Minas Gerais são as principais beneficiárias da exploração irregular de mão-de-obra nas carvoarias do norte do Estado.
Na última semana, uma equipe do Ministério do Trabalho autuou nove siderúrgicas e 11 empreiteiros de mão-de-obra por desrespeito a leis trabalhistas na produção de carvão vegetal, utilizado no processo de fusão de ferro gusa.
A Folha acompanhou as operações dos fiscais nos municípios de Montezuma e Rio Pardo de Minas.
Uma das irregularidades constatadas foi a exploração de mão-de-obra infantil nos fornos em que as toras de madeira são transformadas em carvão.
Em outros casos, a jornada de trabalho excedia 12 horas diárias. Também foram encontrados carvoeiros sem máscaras, luvas e outros equipamentos de proteção.
A fiscalização foi motivada por denúncias de trabalho escravo feitas pela CPT (Comissão Pastoral da Terra). Os fiscais, porém, não encontraram carvoarias com trabalhadores presos.
A operação foi prejudicada pela troca de informações entre proprietários. Na quarta-feira, trabalhadores disseram aos fiscais que carvoeiros sem registro haviam sido retirados das fazendas.

Outro lado
``Já fomos fiscalizados e foram levantados vários defeitos nessa mão-de-obra, que é terceirizada. Mas nós já estamos fazendo tudo direito", disse o presidente do Sindicato da Indústria de Ferro em Minas Gerais, Augusto Machado.
A pedido de Machado, que disse desconhecer a fiscalização, a Folha tentou falar com o secretário-executivo do sindicato. Ele não retornou ligação.
Colaborou a Sucursal de Brasília

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