São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 1995
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França pede fim de testes nucleares e sugere criação de hotel em atol

VINICIUS TORRES FREIRE
DE PARIS

A França propôs ontem que sejam proibidos ``quaisquer teste de armas nucleares ou qualquer explosão nuclear". O país pretende que a medida seja incluída no Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares, que está sendo negociado em Genebra.
A França vai realizar sete testes nucleares entre setembro próximo e maio deste ano, no atol de Mururoa, na Polinésia Francesa (oceano Pacífico).
O ministro da Defesa, Charles Millon, disse ontem na TV que a primeira explosão deve ocorrer no dia 1º de setembro. A França aceitou também que representantes da Comissão Européia de Energia Atômica acompanhem os testes.
O jornal polinésio ``Le Dépêche de Papeete" diz na sua edição de hoje que os testes seriam antecipados para frustrar as manifestações da ``Flotilha da Paz", barcos de grupos ambientalistas que estão navegando para o atol.
Apesar do nome (``proibição total"), existe a possibilidade de que o tratado negociado em Genebra permita testes de menos de um quiloton (a bomba de Hiroshima tinha 20 kt), que serviriam para desenvolver armas miniaturizadas.
Anteontem, um assessor do ministério das Relações Exteriores disse em Nova York que o atol de Mururoa pode vir a ser uma futura sede do Club Méditerranée (rede de hotéis francesa).
O presidente do Méditérranée disse, através de sua assessoria de imprensa, que a ``hipótese pode ser estudada, se não houver nenhum risco para os clientes.

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