São Paulo, segunda-feira, 14 de agosto de 1995 |
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Polícia desarma sem-terra e fazendeiros
JOSÉ MASCHIO
Segundo o secretário, o governo solicitará à Justiça mandados de busca e apreensão nas fazendas da região para confiscar armas que estejam em posse de sem-terra ou de fazendeiros. A partir de hoje está cancelada, em todo o Estado, a expedição de porte de armas. Raupp disse anteontem à noite em Vilhena que exigirá uma rigorosa investigação para apurar se houve excesso da PM no despejo dos sem-terra da fazenda Santa Elina (veja quadro). Ele negou que existissem pistoleiros aliados à PM na ação, mas admitiu a existência de jagunços na região, "assim como no Estado do Pará e outros". Seu secretário de Agricultura, Osvaldo Pitaluga (PT), afirma que pistoleiros auxiliaram a PM. Raupp disse ainda que o ministro da Justiça, Nelson Jobim, determinou apenas o acompanhamento, pela Polícia Federal, do inquérito policial presidido pelo delegado de Vilhena, Raimundo Mendes de Souza Filho, e não a apuração por um inquérito próprio. Jobim esteve no sábado em Porto Velho. Os sem-terra que estão alojados no salão paroquial da igreja de Colorado do Oeste tiveram ontem motivos para comemoração. Uma mãe reencontrou o filho que considerava morto. Aurita Gonçalves Santos, 43, não via o filho José Carlos Gonçalves Santos, 16, havia 15 dias. Ele era um invasores da fazenda Santa Elina. Aurita disse que pensava que seu filho ``era um dos mortos enterrados sem nome". O filho não quis revelar como fugiu do conflito: ``Fiquei apenas `alongado' (escondido) na mata". Até agora, a CPT (Comissão Pastoral da Terra) e a Comissão dos Direitos Humanos da OAB-Rondônia não têm um número preciso de desaparecidos. Texto Anterior: Objetivo agora é vender o Banespa Próximo Texto: Bispo encontra ossos queimados na fazenda Índice |
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