São Paulo, segunda-feira, 14 de agosto de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

As contusões e o Grand Prix

CIDA SANTOS

Ligue as antenas: na sexta-feira, Belo Horizonte e Honolulu entram na mesma sintonia. Nesses dois pontos do planeta, a bola começa a rolar no Grand Prix, a versão feminina da Liga Mundial. Em jogo, US$ 2 milhões em prêmios. Na quadra, a elite do vôlei: as oito primeiras no último Mundial.
Na temporada passada, o Grand Prix foi o divisor de águas do vôlei feminino brasileiro. O título e a façanha de subir no pódio um degrau acima das cubanas foram a confirmação que o time precisava para perceber que havia ingressado no primeiro mundo do vôlei.
Um ano depois, a seleção volta a disputar o Grand Prix, mas tem agora um inimigo no próprio campo de batalha: as contusões.
Ana Paula, Virna e Estefânia, do grupo campeão em 94, nem foram relacionadas entre as 12. Ana Moser, recuperando-se da cirurgia no joelho, e Ana Flávia, com lesão no ombro, apresentam melhores condições físicas, mas estão longe da velha e boa forma.
Com tantos problemas e sem duas centrais -Ana Paula e Ana Flávia-, restou ao técnico Bernardinho improvisar. Márcia Fu corre agora em busca da velocidade perdida para voltar a atuar no meio da rede, posição em que jogava no final dos anos 80 na Sadia. Nas últimas temporadas, ela tem saído na diagonal da levantadora Fernanda, exibindo mais força do que rapidez.
Neste primeiro quadrangular, o Brasil terá pela frente Rússia, Coréia do Sul e Alemanha, respectivamente terceira, quarta e quinta colocadas no último Mundial.
Em Honolulu, o confronto será entre Cuba, EUA, Japão e China, dirigida por Lang Ping, uma das melhores jogadoras da história que consegue agora mais uma façanha: é a única mulher a dirigir uma grande seleção do vôlei.
Mas Belo Horizonte e Honolulu serão apenas a primeira etapa do Grand Prix, um torneio cansativo, um perfeito samba do avião. Veja só o roteiro das brasileiras.
Elas terão mais quatro finais de semanas de jogos, cada qual em um ponto diferente da Ásia: Taiwan, Macau, Hamamatsu (Japão) e Xangai.
O velho mestre Koji Kojima, que voltou a comandar a seleção japonesa depois de 12 anos, disse, quando esteve em São Paulo, que o Brasil é a única seleção que pode vencer Cuba. Não há como discordar. Mas, em um ano pré-olímpico, a prioridade não deve ser colecionar títulos, mas preservar atletas para garantir vaga em Atlanta e estar em forma em 96.

Texto Anterior: Brasil fica com o 39º lugar
Próximo Texto: Notas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.