São Paulo, segunda-feira, 14 de agosto de 1995
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Pérfida inércia

As discussões dos principais temas nacionais começam todas elas muito bem. Propõem-se reformas ousadas, profundas. Aos poucos, os debates vão passando para o segundo plano até que, um belo dia, descobre-se, nada vai mudar. Isso já está se tornando praxe no país.
A mais recente vítima dessa perversa inércia nacional é, como mostrou Josias de Souza em sua coluna de ontem, a reforma eleitoral. As propostas de fortalecimento das legendas, aumento da fidelidade partidária, fim da selva de siglas que hoje atravancam o Congresso foram, todas elas, esquecidas.
A idéia, mais que necessária, de reforçar a fidelidade partidária transmudou-se num projeto de dilatar o prazo de filiação para 31 de dezembro. Até lá, o insuportável troca-troca de legendas continua, o contrário do que se propunha.
A outra salutar idéia de limitar o acesso ao Parlamento de partidos sem representatividade alguma também já foi esquecida. A legião de pês, muitos de aluguel, que assombra o Congresso tende, infelizmente, a permanecer.
Sepultar essa maldita inércia que inexplicavelmente paira sobre Brasília parece ser hoje um imperativo.

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