São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 1995
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Covas reage à privatização

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), reagiu ontem às posições do presidente do BC (Banco Central), Gustavo Loyola, favoráveis à privatização do Banespa.
"O Banespa está sob a intervenção do BC e não sob a propriedade do BC", disse Covas. "O melhor caminho para o BC é que o banco esteja saneado, e não privatizado.
Ontem, Covas se reuniu com ministro José Serra (Planejamento) para falar sobre reforma tributária. A reunião não havia acabado até as 20h30.
``Se a idéia é que não deve haver banco oficial, em que a União é diferente do Estado?", completou Covas.
Segundo ele, o Banespa não tem problemas, mas sim o Estado de São Paulo, principal devedor do banco.
O governador afirmou depois da reunião que pretende reunir recursos para pagar metade da dívida que o Estado tem com o banco. O restante teria os prazos e juros renegociados.
``Renegociar a dívida não é fazer o povo pagar por ela. Não significa que alguém vai botar dinheiro no banco", afirmou Covas. "A história de São Paulo não é a história de quem vive às custas do governo federal."
Segundo ele, o governo estadual paga 4,5% de juros por mês na dívida do Banespa, percentual fixado pelo BC. ``No entanto, há uma porção de imóveis do Estado de São Paulo que a União ocupa e não paga, como o aeroporto de Congonhas."
O governador disse que não vai procurar o presidente Fernando Henrique para discutir a crise do banco. "Em nenhum instante eu falei sobre isso com o presidente, nas várias vezes em que já me encontrei com ele."
Ele afirmou que não existe a ``baianização" das negociações e que está tratando o assunto ``tecnicamente".
"Eu não desejo ao Econômico as soluções que vêm sendo dadas ao Banespa", completou Covas.

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