São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 1995
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Jáder Barbalho cede à pressão e renuncia

LUCIO VAZ; DENISE MADUEÑO; CARLOS MAGNO DE NARDI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA

Quércia diz que passa a apoiar o deputado Paes de Andrade (CE) para o comando nacional do partido
Reportagem Local
O senador Jáder Barbalho (PA) cedeu à pressão dos nove governadores do PMDB e retirou sua candidatura à presidência do partido.
O deputado Paes de Andrade manteve sua candidatura, mas provavelmente enfrentará um outro candidato que deverá ser lançado pelos governadores.
Com a renúncia de Jáder, o ex-governador Orestes Quércia passa a apoiar o deputado Paes de Andrade (CE) para a presidência do PMDB.
Para Quércia, ``Jáder seria melhor, mas Paes de Andrade também é um bom nome porque tem história no partido".
Segundo ele, Andrade articula também o apoio do presidente do Senado, José Sarney (AP).
O ex-governador disse que, com o apoio, o PMDB de São Paulo pretende indicar o primeiro vice-presidente da chapa.

Renúncia
A Folha apurou que Jáder renunciou porque se sentiu traído pelo senador Iris Rezende, que teria articulado o veto ao seu nome entre os governadores do PMDB.
A articulação de Rezende teria sido feita por meio do governador Maguito Vilela (GO).
Jáder sai do processo estremecido com Iris, que havia prometido apoio à sua candidatura.
Em Brasília, Iris afirmou que ``os governadores foram os responsáveis pela retirada da candidatura de Jáder. Agora, terão que coordenar o processo de lançamento de uma nova candidatura, inclusive para enfrentar Paes."
Alheio às pressões pela sua renúncia, Andrade desfilou pelo plenário da Câmara recebendo cumprimentos, como se estivesse com a eleição ganha.
Nota de Jáder
Mesmo derrotado, Barbalho procurou dar uma resposta aos governadores. Na nota em que renuncia, o senador manifesta seu apoio à candidatura de Paes.
``Só existe uma candidatura, a do Paes. Meu voto é dele. Não me consta que Iris seja candidato".
``Eu não posso ser presidente de um partido onde pessoas hipoteticamente responsáveis façam vetos públicos a companheiros, como fizeram os governadores", disse.
Ele considerou a atitude dos governadores ``no mínimo aética".
(Lucio Vaz, Denise Madueño e Carlos Magno De Nardi)

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