São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 1995
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Remoção de áreas de risco gerou protestos

DA REPORTAGEM LOCAL

Os protestos dos moradores de favelas e a interdição das marginais começaram depois que a prefeitura de São Paulo decidiu remover todas as favelas localizadas em área de risco.
A meta é retirar 5.000 pessoas de áreas de risco em um ano. A decisão foi tomada pelo prefeito Paulo Maluf após o incêndio da ponte do Tatuapé no dia 14 de agosto.
A ponte teve as estruturas abaladas e foi parcialmente interditada. Pessoas que moravam em uma favela no local foram transferidas para um abrigo na Vila Maria.
Desde então, a secretaria da Habitação vem fazendo um levantamento de todas as favelas localizadas debaixo de pontes e viadutos e que possam correr algum risco.
Na última sexta-feira, 270 famílias da favela sob o viaduto General Milton Tavares de Souza, no Parque Novo Mundo (zona leste), foram removidas para o Centro Esportivo da Lapa.
Na segunda-feira, os moradores fecharam a marginal Tietê contra essa remoção. Segundo o líder dos moradores, Wellington de Oliveira, 23, todos aceitam sair do local desde que sejam transferidos para um lugar ``decente".
``Nos abrigos, ficam todos amontoados, já houve tentativa de esfaqueamento e o risco é muito maior, porque há 200 botijões de gás e vários fumantes no mesmo lugar", disse o padre Guilherme Reinhard, que coordena os moradores.
Uma comissão representando a favela já se reuniu com o secretário da Família e Bem-Estar Social, Adail Vetorazzo, e com o presidente da Câmara dos Vereadores, Miguel Colasuonno, mas não houve uma solução.
Vetorazzo passou os últimos dois dias procurando locais para remover as famílias ``o mais breve possível".
O secretário chegou a sugerir que elas sejam levadas provisoriamente para barracas de lona montadas em campos de futebol.

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