São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 1995
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Moradores da zona oeste se recusam a ir para abrigos

DA REPORTAGEM LOCAL

A favela do Jardim Edite, na avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, no Morumbi (zona oeste), é a única que não tem sua remoção ligada às condições de segurança.
A remoção é causada pelas obras do córrego Água Espraiada, que devem ser concluídas pela prefeitura até meados de 1996. Serão retirados todos os quase 40 mil favelados dos 68 mil m2 da favela.
Os moradores interromperam ontem todas as pistas da marginal Pinheiros das 4h10 às 4h40. Depois a pista local foi liberada. A manifestação acabou às 9h30. O congestionamento na marginal chegou a 4,5 km, segundo a CET.
Os moradores não querem se transferir para abrigos provisórios. Eles também rejeitam a ajuda de custo de R$ 1.500,00 oferecida pela prefeitura para quem não quiser ir para os abrigos. Os favelados querem um local permanente.
As obras no córrego Água Espraiada duram desde 1993 e custaram R$ 120 milhões. A avenida Água Espraiada está sendo construída paralela à dos Bandeirantes.
Empresários da Berrini querem construir e doar à prefeitura 950 apartamentos no Jardim Educandário (zona oeste), que alojariam algumas das famílias da favela.
A prefeitura pretende cobrar das famílias por esses apartamentos e, com o dinheiro, investir no Projeto Cingapura (construção de prédios de apartamentos para moradores de favelas).

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