São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 1995
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Acerto num mar de erros

Não se trata aqui, é óbvio, de tecer comentários elogiosos à gestão do prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, cujas prioridades e procedimentos são bastante controversos.
À custa de um grande endividamento da prefeitura a gestão de Maluf está sendo marcada pela abertura de grandes avenidas, construção de pontes e túneis de discutível valor social e muita, muita propaganda e autopromoção.
Há que se reconhecer porém que Maluf, ao que tudo indica, deverá concluir até o final de seu mandato, no ano que vem, todas as empreitadas que se propôs a realizar.
Para além dos dividendos políticos que ele deverá obter, Maluf ao menos contraria uma das tristes tradições do poder público que é a de iniciar obras sem nunca concluí-las, com pesadas perdas para o contribuinte. Uma obra parada acaba custando mais caro quando a autoridade se decide enfim por retomá-la ou dar-lhe outra destinação.
Apenas para dar uma idéia do custo que a paralisação de obras representa para o país, basta lembrar que recente levantamento do governo federal indica que existem pelo menos 700 hospitais com suas construções paradas.
Não é por terminar todas as suas obras que Maluf poderia ser tomado como modelo de administrador público. Mais importante do que finalizar construções é escolher as obras certas para iniciar.

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