São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 1995
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Covas oferece bens do Estado para pagar 50% da dívida com Banespa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), quer pagar 50% da dívida do Banespa com a venda de patrimônio do Estado e renegociar o pagamento do restante em 20 anos.
Essa proposta foi apresentada ontem ao presidente do Banco Central, Gustavo Loyola. Covas disse que o BC dará uma resposta até segunda-feira. Loyola não se comprometeu com esse prazo.
O presidente do BC considerou positiva a proposta de Covas. Segundo ele, resolver a dívida do Estado com o Banespa é uma questão que precede o fim do Raet (Regime de Administração Especial Temporária) no banco.
Não se discutiu a privatização do Banespa na conversa com Covas. Loyola disse que sua posição a favor da privatização já é conhecida e que não pretendia falar sobre o assunto.
Desde que assumiu o cargo, em junho deste ano, o presidente do BC vem defendendo a privatização do Banespa, em Raet desde o final de dezembro de 1994.
O Banespa tem uma dívida de cerca de R$ 13 bilhões. Parte dela (R$ 8 bilhões) é resultante de um débito do Estado com o Banespa. Os outros R$ 5 bilhões são déficit patrimonial -diferença entre os passivos e ativos.
Pela proposta de Covas, o governo de São Paulo pagaria imediatamente R$ 6 bilhões e o restante seria quitado em 20 anos, com taxas de mercado.
Sem fazer referências diretas às negociações do BC sobre a intervenção no Banco Econômico, o governador afirmou que o Tesouro não sairá prejudicado caso aceite a sugestão do governo paulista.
``Isso significa que o governo federal não está dando nada a ninguém, não está pagando nada a não ser o governo de São Paulo", disse o governador.
Covas disse que pode ser criado um fundo com os imóveis do Estado, transformando o patrimônio em ações a ser negociadas em Bolsas. Isso garantiria, segundo Covas, recursos imediatos para quitar a primeira parte do débito.

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