São Paulo, sábado, 26 de agosto de 1995
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General elogia Pinochet e militares do Peru

VANDECK SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O comandante militar do Nordeste, general José Carlos Leite Filho, elogiou ontem em Recife (PE) o governo militar de Augusto Pinochet, no Chile, e a ação das Forças Armadas do Peru em apoio ao presidente Alberto Fujimori.
O general Pinochet chegou ao poder no Chile em 1973, com um golpe militar que derrubou o presidente eleito Salvador Allende. Ficou na presidência até 1990. Hoje é comandante do Exército chileno.
Fujimori deu um golpe de Estado em 1992, fechando o Congresso. Em 1995, se reelegeu para a Presidência do Peru.
``Foi o governo do general Pinochet que soergueu o Chile, levando o país à situação extraordinariamente positiva de hoje, depois do desastre a que foi levado pelo governo de Salvador Allende", disse Leite Filho.
No caso do Peru, segundo o general, ``as Forças Armadas, ao lado do presidente Fujimori, estão ajudando a consolidar o regime e a restaurar a economia peruana".
Leite Filho fez essas declarações ao falar sobre a ação dos militares na América Latina. Ele é um dos 16 generais de quatro estrelas, integrantes do Alto Comando do Exército.
``Quando nós temos problemas sérios, são sempre as Forças Armadas que são chamadas a resolvê-los, muitas vezes para fazer o que outros defensores da responsabilidade legal não fizeram", disse o comandante militar do Nordeste.
Anteontem, ele defendeu a inclusão dos familiares de militares mortos em confronto com os militantes de extrema-esquerda no projeto do governo federal que concede indenização aos parentes de desaparecidos políticos durante o regime militar (1964-85).
Sobre a violação dos direitos humanos no governo Pinochet, respondeu: ``Eu não concordo com os excessos praticados no Chile, mas para o Chile o balanço do governo Pinochet foi positivo".
Leite Filho também elogiou o general Tavares da Silva, ex-comandante da 7ª Região Militar, que pediu transferência para a reserva por discordar do projeto do governo. "É um general do mais alto valor profissional, de grande integridade moral.
Em Porto Alegre (RS), o comandante militar do Sul, general Mário Sérgio Rodrigues de Mattos, disse, após a comemoração do Dia do Soldado, que a homenagem se estendia aos militares ``desaparecidos em combate", sem dar maior explicação.

Colaborou a Agência Folha, em Porto Alegre

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