São Paulo, sábado, 26 de agosto de 1995
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Grupo de drogas chega em 96

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma nova família de drogas contra a Aids deve chegar ao mercado já no próximo ano. Trata-se dos inibidores de uma enzima chamada protease, que participa na formação do envelope do HIV.
Sem sua cápsula, o vírus não consegue amadurecer, diminuindo desta maneira seu poder de infectar novas células.
``Os inibidores de protease não significam a cura da Aids, mas aumentam a possibilidade de controlar a doença por mais tempo", diz o infectologista Caio Rosenthal.
Pelos menos cinco inibidores de protease estão sendo testados em doentes em vários países. Todos estão em fase 3, ou seja, o próximo passo será a aprovação pelos órgãos de controle de medicamentos e a venda do produto.
Dois desses medicamentos estão sendo experimentados no Brasil, o Saquinavir e o MK-639.
``Estudos já mostraram que os inibidores de protease são uma grande arma no tratamento da infecção pelo HIV", diz Jamal Suleiman, que coordena os protocolos de estudo no Emílio Ribas. O que não se conhece ainda são seus efeitos a longo prazo.
Diferente dos medicamentos disponíveis, os remédios em teste aumentaram muito a capacidade de defesa dos doentes.
Além do Emílio Ribas, o Saquinavir vem sendo testado na Unicamp e na Universidade Federal do Rio de Janeiro. O MK-639 está sendo estudado no Emílio Ribas, Hospital das Clínicas, Escola Paulista de Medicina e Unicamp.
Todos esses centros continuam procurando pacientes para participar dos tratamentos.
A dificuldade é que os candidatos devem ter um número determinado de linfócitos de defesa -entre 50 e 250-, não podem ter apresentado sintomas da doença, nem ter usado AZT, DDI ou DDC. Os médicos acreditam que já no próximo ano os inibidores de protease estarão no mercado. Segundo Rosenthal, a tendência é o uso combinado dos vários medicamentos disponíveis, como forma de diminuir a resistência do vírus.
(AB)

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