São Paulo, sábado, 26 de agosto de 1995
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Preso protesta contra demora para benefícios

DA FOLHA SUDESTE

Um grupo de 434 presos do presídio Professor Ataliba Nogueira, em Hortolândia, na região de Campinas (99 km a noroeste de SP), encaminhou abaixo-assinado à Coesp (Coordenadoria dos Estabelecimentos Penitenciários do Estado de São Paulo). Eles pedem agilidade na concessão de benefícios aos detentos com direito à prisão-albergue.
O Ataliba Nogueira faz parte do complexo penitenciário de Hortolândia e abriga 769 detentos em regime semi-aberto. O abaixo-assinado também foi encaminhado às secretarias da Justiça e de Assuntos Penitenciários.
``Cerca de 70% dos detentos têm direito a benefícios. Do total, 40% podem gozar da prisão albergue", afirmou o preso Carlos Alberto Evangelista Souza, 38, um dos organizadores do documento.
O diretor da cadeia, Eduardo de Oliveira Vianna, 56, disse que boa parte dos presos tem direito ao regime aberto. Segundo ele, a concessão dos benefícios pode demorar de um até cinco meses.
``Quando falta algum documento, a burocracia é maior e não há tempo determinado para que saia a decisão, tudo depende da Coesp."
Outro organizador do abaixo-assinado, o preso José Honório Alves Filho, 34, disse que a diretoria do presídio sempre agiliza o encaminhamento dos pedidos. ``O problema está na Coesp, que é muito lenta", afirmou.
Na prisão-albergue, a pessoa cumpre pena em casa e deve se apresentar à Justiça sempre que for solicitada. Já no regime semi-aberto, os presos podem trabalhar fora durante o dia, mas precisam dormir no presídio.
Evangelista Souza disse que espera há um ano e meio pela prisão albergue. Ele cumpriu cinco anos de sua pena, que é de 11 anos e 11 meses por homicídio e assalto. ``A burocracia é muito grande. Já encaminhei cinco pedidos, mas ainda não recebi resposta", disse.

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