São Paulo, sábado, 26 de agosto de 1995 |
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Reunião em Pequim terá participação de Hillary
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
O anúncio foi feito ontem durante visita dela e do presidente Bill Clinton ao Parque Nacional de Yellowstone, no oeste do país, onde o casal está passando suas férias de verão. O governo dos EUA só se decidiu pela ida de Hillary depois de a China ter liberado o ativista político norte-americano Harry Wu. Hillary, presidente honorária da delegação dos EUA ao encontro patrocinado pelas Nações Unidas, queria ir à reunião de qualquer modo. Mas líderes da oposição ao governo argumentavam que sua presença em Pequim enquanto Wu estivesse preso seria uma afronta aos Estados Unidos. Mesmo com a liberação de Wu, muitos parlamentares da oposição ainda acham errado que a primeira-dama visite a China agora. Segundo eles, a viagem pode ser interpretada como condescendência do governo norte-americano diante de violações de direitos humanos na China. O comunicado oficial do governo rebate o argumento: ``O comparecimento da primeira-dama reflete o profundo compromisso dos Estados Unidos com a garantia de que a conferência endosse os objetivos (de defesa dos direitos humanos)". Ching Lee Wu, a mulher do ativista Harry Wu, que até quinta-feira se opunha à viagem da primeira-dama, ontem disse que agora já não acha errado que ela vá a Pequim. Se a visita de Hillary e a conferência ocorrerem sem incidentes, aumentam as chances de um encontro entre o presidente Clinton e seu colega chinês, Jiang Zemin, em outubro, durante a assembléia-geral da ONU. Acertar esse encontro, que seria impossível se Wu estivesse preso, passou a ser um dos principais objetivos da missão do subsecretário de Estado Peter Tarnoff, que está em visita à capital chinesa desde ontem. A primeira-dama vai falar sobre seus planos para a conferência de Pequim hoje, durante comemoração do 75º aniversário do direito de voto para as mulheres nos Estados Unidos. Hillary vai ficar dois dias em Pequim (5 e 6 de setembro) e vai discursar diante do plenário da conferência. A conferência -a maior já realizada pela ONU- começa no dia 4 de setembro e termina no dia 15. Calcula-se que 40 mil pessoas de todo o mundo participem dela. Texto Anterior: Marcos teme escalada fascista Próximo Texto: Ativista quer processar governo chinês Índice |
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