São Paulo, sábado, 26 de agosto de 1995 |
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Um primeiro passo O ministro Luiz Carlos Bresser Pereira (Administração e Reforma do Estado) deu o primeiro passo no longo caminho para o saneamento do serviço público brasileiro. Trata-se da idéia de formar o que o ministro vem chamando de ``executivos de governo", ou seja, especialistas capacitados a ocupar os cargos de segundo escalão que, em tese, são técnicos e não políticos. Hoje, tais cargos são preenchidos por critérios puramente políticos. A cada mudança de governo, o presidente de turno tem um sem-número de funções a preencher de acordo com suas conveniências políticas, o que, de um lado, quebra a continuidade do funcionamento da administração e, de outro, contamina a gestão por necessidades de cunho fisiológico, como se tem visto governo após governo. O primeiro passo na direção de profissionalizar a administração e, por extensão, despolitizá-la, é a imposição de concursos públicos como único caminho para ingressar no serviço oficial e ir, de acordo com os méritos de cada qual, galgando até o topo da hierarquia. Hoje, a palavra mérito é a que menos se usa no serviço público. Pergunta-se apenas, no mais das vezes, a que político ou partido é ligado fulano ou beltrano. Conforme o peso do padrinho, o cidadão ascende ou não na carreira. É claro que a realização de concursos com o posterior aperfeiçoamento dos aprovados em cursos especializados não é a panacéia universal. Mas é um primeiro passo, sem o qual fica difícil dar os demais necessários ao definitivo saneamento da administração pública. Texto Anterior: O rosto da barbárie Próximo Texto: Oxigênio para o contribuinte Índice |
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