São Paulo, domingo, 27 de agosto de 1995
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Procuradoria apura invasão

MARIO CESAR CARVALHO
DO ENVIADO ESPECIAL

A Procuradoria-Geral da República em Goiás investiga há dois meses a invasão da área dos kalungas, mas esbarrou na precariedade da região: não há juiz nem delegado de polícia em Cavalcante.
A procuradora Rosângela Pofahl Batista, 35, diz ter recebido denúncias de que a polícia protege os invasores e pratica violência contra os kalungas.
Ela solicitou um delegado para Cavalcante, sem sucesso. Um promotor colhe depoimentos para apurar a extensão das invasões. ``O governo deveria entregar o título das terras aos kalungas, como prevê a legislação", diz Batista.

Outro lado
O cabo Antônio Oliveira de Souza, 30, comandante do destacamento policial de Cavalcante, diz que não protege fazendeiros e nem pratica violência contra kalungas. ``Por que vou proteger fazendeiro? Sempre fui pobre."
Afirma que nunca se recusou a registrar ocorrência de invasões nos três anos em que está na cidade. Nesse período, segundo ele, não foi registrada ocorrência de invasão porque ninguém procurou-o.
``É difícil fazer alguma coisa. Quando chega a notícia de invasão já faz tempo que o sujeito ocupou a terra e não dá para fazer nada porque não há flagrante."
(MCC)

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