São Paulo, domingo, 27 de agosto de 1995
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PREJUÍZOS ESTATIZADOS

As principais intervenções nos últimos 20 anos

Banco Halles (74)
Intervenção determinada pelo então ministro da Fazenda, Mário Henrique Simonsen, crítico da ausência de risco que via no sistema financeiro da época. O BEG (Banco do Estado da Guanabara), hoje Banerj, recebeu delegação para cuidar da intervenção. Acabou incorporando os passivos do banco e pagando indenização aos acionistas.

Banco Econômico (95)
Tem um rombo de R$ 3,3 bilhões junto ao BC e está sob intervenção há três semanas. Não foi liquidado por decisão política. O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) tentou acordo para estadualizar o banco com aporte de dinheiro público, mas o governo temeu a repercussão negativa da operação. O BC tenta agora reunir recursos para pagar aos depositantes.

Banespa (94)
Maior banco estadual do país, considerado quebrado em pelo menos R$ 4 bilhões segundo balanço elaborado pelo BC. Está sob regime de administração temporária há oito meses, período em que recebeu empréstimos do BC e do Banco do Brasil. O governador Mário Covas e a bancada paulista querem um empréstimo ou aval da União para manter o banco em poder do Estado

Bancos Estaduais (83-92)
Banco Central lança uma série de programas para a recuperação de instituições estaduais, que custaram US$ 2,315 bilhões no período. Documento do BC aponta o PDS, hoje PPR, partido que apoiava o governo militar e teria utilizado bancos estaduais para reeleger seus governadores, como responsável pelos desequilíbrios encontrados.

Comind/Auxiliar/Maisonnave (85)
Os três bancos foram liquidados em 19 de novembro. As cadernetas de poupança foram integralmente honradas pelo BNH (Banco Nacional da Habitação), que foi extinto no ano seguinte. As contas correntes foram pagas com dinheiro do governo. Hoje o BC ainda espera receber cerca de R$ 500 milhões do Comind -na época, um dos dez maiores bancos do país.

Sulbrasileiro (85)
Era o 13.' maior banco privado do país e só conseguia operar com a ajuda do Banrisul, banco estadual gaúcho. Sofreu intervenção em fevereiro, seguida de liquidação. Em maio, já no governo Sarney, o Congresso aprovou a federalização do banco, que se transformou no Meridional. O governo assumiu o rombo patrimonial e até hoje tenta privatizar o banco.

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