São Paulo, domingo, 27 de agosto de 1995 |
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Pastore aponta déficit público
DA REPORTAGEM LOCAL O ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore diz que a política atual do governo tem o mesmo figurino da implementada pelo então ministro Marcílio Marques Moreira, no final do governo Fernando Collor.``Nesse regime em que o governo vai fixando o valor do dólar, não existe forma de o governo controlar a oferta de moeda." O trabalho que a taxa de juros faz é simplesmente o de regular a entrada de dólares. ``Se o juro sobe, entra mais; se cai, diminui a entrada", afirma. Para Pastore, culpar o ingresso de recursos por um crescimento das vendas é um equívoco. ``Vão dizer que a venda recorde de eletroeletrônicos em julho significa o fim de uma recessão, mas a recessão nem sequer existia." O que existe, diz o ex-presidente do BC, é uma política para a recomposição de reservas internacionais. Indagado se já não estava na hora de o Brasil parar de acumular reservas, Pastore foi sintético: ``Faz tempo." Essa política, porém, tem um desdobramento: aumenta a dívida do governo e do déficit público. O BC compra dólares, injeta reais e, depois, vende títulos para ``enxugar" os reais que emitiu. ``O endividamento está crescendo muito rapidamente", diz Pastore. Texto Anterior: Simonsen espera reativação Próximo Texto: Desconfiança afeta os juros do CDI Índice |
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