São Paulo, domingo, 27 de agosto de 1995
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China estoca lençol 'antinudez'

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

China estoca lençol `antinudez'
As autoridades comunistas chinesas, que governam com mão de ferro e proíbem manifestações pró-democracia, temem protestos das participantes da conferência e do encontro de ONGs.
Para evitar "desordem", reforçaram o policiamento, prenderam dissidentes e aumentaram estoque de lençóis brancos, que serão jogados sobre quem tentar tirar a roupa em plena rua.
Os chineses se assustaram com rumores sobre líderes de prostitutas e lésbicas que fariam protestos seminuas.
Nem o Partido Comunista nem o tradicional conservadorismo chinês podem admitir mulheres com os seios de fora na praça Tiananmen (Paz Celestial), coração de Pequim e palco do mausoléu de Mao Tse-tung, líder da revolução comunista de 1949.
"Qualquer pessoa que vá ao exterior deve respeitar as leis do país que visita", disse Zhao Yuhe, administrador do distrito de Huairou, sede da reunião de ONGs.
A estratégia das autoridades é preventiva. Um exemplo é o aumento do número de policiais em Huairou de 750 para 5.400.
No começo de agosto, 1.200 policiais fizeram um juramento diante da bandeira chinesa, prometendo manter a lei e a ordem.
Em seguida, fecharam 34 bares noturnos e karaokês que serviriam de fachada para bordéis.
Segundo o jornal "Beijing Daily", 16 prostitutas foram recentemente enviadas a campos de ``reeducação através do trabalho", sistema que permite uma prisão de 18 meses a 3 anos sem julgamento. Agosto também testemunhou a execução, com um tiro na nuca, de 11 pessoas acusadas de assassinato e contrabando de armas.
(JS)

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