São Paulo, domingo, 27 de agosto de 1995 |
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Um novo vestibular O novo sistema proposto para o ingresso na Universidade de Brasília, pelo qual reservam-se 25% de suas vagas a alunos do Distrito Federal que obtiveram as melhores médias nos exames finais de cada série do 2º grau, aponta para algumas mudanças importantes na mentalidade com que se aborda o problema dos vestibulares para as universidades no Brasil. O processo de avaliação proposto prioriza sobretudo o processo de aprendizagem do aluno ao longo dos últimos três anos de sua história escolar e não apenas seu preparo no momento em que os exames vestibulares são aplicados, como no sistema atual. Evita-se assim que o estudante fique exposto a interferências psicológicas imprevisíveis e estimula-se-o a que ele próprio valorize seu esforço de aprendizagem ao longo dos anos. É estranho porém que apenas os alunos de Brasília possam ter acesso ao novo sistema de avaliação. Corre-se o risco de vetar candidatos melhor qualificados que os locais. A restrição só se justificaria pelo caráter experimental da iniciativa. Além disso é importante que inicialmente se conserve o sistema misto para o acesso à universidade, proposto pela UnB. São muitas as escolas no país ainda despreparadas para esse tipo de seleção, e boa parte de seus alunos ainda conta com a possibilidade de um preparo de última hora. Contudo, a longo prazo, a nova sistemática de avaliação servirá como um meio de se exigir do 2º grau a boa qualidade de ensino que a maioria de suas escolas ainda não oferece. Texto Anterior: Olhos do Estado Próximo Texto: Desarmando a bomba Índice |
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