São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 1995
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Receita depende de inflação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo trabalha com uma inflação de 15% para o ano de 1996. Essa foi a taxa usada pela Receita para a elaboração do projeto de alteração do IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica).
Essa taxa equivale à metade da inflação esperada para este ano -cerca de 30%.
Ao acabar com a correção monetária para apuração dos lucros das empresas, a taxa de inflação deixa de ser neutra para a Receita.
As empresas vão perder, porque deixam de poder corrigir seus balanços pela inflação.
Quanto maior a taxa de inflação, maior é esse efeito. Em outras palavras, se a inflação anual for de 20%, as empresas deixam de corrigir seus balanços em 20%. É como se o lucro auferido aumentasse. O resultado é que o IR pago acaba sendo maior.
O contrário tende a ocorrer se a inflação surpreender para baixo. Nesse caso, as empresas pagariam menos do que espera a Receita.
A projeção de inflação de 15% é otimista. Nos primeiros 12 meses do Plano Real, a taxa de inflação acumulada foi de 35%. Uma taxa de 15% ao ano corresponde a uma média mensal de 1,17% ao mês.
Ou seja, é provável que as empresas acabem pagando mais imposto do que o governo imaginou ao realizar seus cálculos.

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