São Paulo, quarta-feira, 6 de setembro de 1995
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União quer arrecadar R$ 21,4 bi com estatais

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Até o fim de seu mandato, o governo de Fernando Henrique Cardoso pretende arrecadar R$ 21,4 bilhões com a venda de estatais -quase três vezes o valor da Companhia Vale do Rio Doce, a principal estrela do programa de privatização de FHC.
Isso significa acelerar o programa de privatização, capaz de acalmar o PFL, que vem criticando o ritmo da venda das estatais.
Todo o patrimônio da União, incluindo empresas "intocáveis", como a Petrobrás, está calculado em cerca de R$ 160 bilhões, de acordo com a Sest (a secretaria de controle das empresas estatais).
Nos primeiros oito meses de governo de FHC, o resultado do programa foi pequeno. Da lista herdada do governo Itamar Franco, FHC só vendeu a Escelsa (Centrais Elétricas do Espírito Santo). Arrecadou R$ 337,9 milhões.
A meta fixada pela lei orçamentária de 1995 previa que a privatização renderia, no primeiro ano de mandato, cerca de R$ 4 bilhões. Os ministros José Serra, do Planejamento, e Clóvis Carvalho, da Casa Civil, já descartaram o cumprimento da meta.
Ontem, o governo chegou a estimar um resultado semelhante com a venda de estatais em 1996. Seriam R$ 4 bilhões em 1996, R$ 8,5 bilhões em 1997 e R$ 8,9 bilhões em 1998. Mas os números foram desautorizados pelo Planejamento no fim da tarde.
Segundo informação da assessoria de Serra, já no ano que vem o resultado com a venda de estatais vai superar os R$ 4 bilhões ou 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto). A meta final foi mantida.
Além das empresas já listadas no governo passado (incluindo a Light), FHC anunciou a venda da Vale do Rio Doce e de concessionárias de energia elétrica.
No documento divulgado ontem pelo Palácio do Planalto, o governo assume o compromisso de ampliar o programa de privatização e exigir uma parcela maior do pagamento em reais, em vez de títulos.

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