São Paulo, quarta-feira, 6 de setembro de 1995
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Queda de vendas na indústria é de 3,3%

DA SUCURSAL DO RIO

A pesquisa sobre atividade industrial feita pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias) em 12 Estados constatou em julho queda média de 3,3% nas vendas em relação a junho. O nível de emprego caiu 1,15% no mês.
Para o economista Flávio Castelo Branco, subchefe do Departamento Econômico da entidade, o que mais preocupa é o emprego.
Ele explicou que sua queda implica também redução da massa salarial (total de salários pagos no setor) e consequente redução da procura por produtos, realimentando o quadro de desaquecimento.
A massa salarial caiu 2,57% em julho, comparada à de junho, embora tenha crescido 16,54% em comparação a julho/94 e acumule um crescimento de 14,65% em sete meses.
Castelo Branco disse que o aumento da massa salarial em comparação a julho/94 tem como principal motivo ser o primeiro mês do Real uma base de comparação muito baixa.
É que os salários reais em julho se desvalorizaram muito por conta da inflação residual da passagem da URV para a nova moeda.
A queda nas vendas de julho foi a quarta consecutiva desde abril. O índice de retração acumulado no período, descontados os fatores típicos de cada mês (sazonais), alcançou 13,2%. Em julho, a queda nas vendas por esse método chegou a 6,51%.
Na comparação com julho de 94, o resultado das vendas industriais foi positivo, com alta de 9,28%.
Também no acumulado de janeiro a julho, em comparação ao mesmo período de 94, o resultado médio do país é favorável, com alta de 22,79% das vendas.
Por Estados
A queda nas vendas atingiu 6 dos 12 Estados pesquisados, incluindo os três de maior concentração industrial (Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais). O Rio liderou a queda de julho, com 7,97%. Em São Paulo, a queda foi de 5,12%, e em Minas, 4,55%.
Apesar da queda de julho em comparação ao mês anterior, a indústria paulista vendeu em julho 15,48% a mais que em julho de 94 e acumula um crescimento de 33,07% em sete meses.
O nível de emprego nos 12 Estados pesquisados pela CNI, apesar de negativo em comparação a junho/95, ainda é positivo na comparação com julho/94 (0,34%) e no acumulado dos sete primeiros meses deste ano (1,46%).
Mas mesmo na comparação com julho/94, o indicador de emprego foi negativo em Estados como Bahia (-7,13%), Santa Catarina (-2,09%) e Rio (-1,87%).
Em São Paulo, o emprego registrou em julho queda de 1,18% em relação a junho. Comparado a julho/94, o indicador é positivo em 0,24%, e no acumulado, o índice é de mais 0,92%.
A CNI constatou ainda que o total de horas trabalhadas na produção caiu 2,17% em julho, comparado a junho (mais 4,98% em sete meses). O nível médio de utilização da capacidade instalada nas indústrias foi de 77,9% em julho, contra 78,3% em junho.

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