São Paulo, quarta-feira, 6 de setembro de 1995 |
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Enquanto a zebra não vem
THALES DE MENEZES Como o US Open deste ano segue sem grandes surpresas (a não ser que a zebra tenha dado o ar da graça ontem à noite, depois que esta coluna estava escrita), é possível deixar a competição de lado e continuar nas especulações.Para os jornalistas que estão cobrindo o evento, a impressão é clara: o fã-clube de Monica Seles aumentou. Os dois anos de afastamento da tenista não distanciaram a tenista dos admiradores. Pelo contrário; ela ganhou mais tietes. Parece lógico. Afinal, quem é que não se solidariza com a garota atacada por um maníaco, dentro da quadra, que é uma espécie de segunda casa para ela? Ainda por cima, a agressão foi covarde, uma facada nas costas. O afastamento de Seles também pode ter ajudado a jogadora a superar uma fase que lhe seria pouco favorável. Quando foi atacada, Seles era a número 1 do mundo e dava a impressão de ter deixado Steffi Graf para trás. Sem o incidente em Hamburgo, Seles talvez tivesse uma sucessão de vitórias infindável. Isso aconteceu com Graf em 1988-89. Resultado: a alemã venceu tanto naquela época que o público passou a torcer por suas rivais. Psicologia barata: a torcida não gosta de ver alguém vencer o tempo todo. Afastada, Seles gerou a expectativa suficiente para arrebanhar uma nova leva de fãs. Pode aproveitar esse apoio quando chegar o aguardado jogo contra Graf. Por falar em confrontos muito aguardados, todo o material promocional do US Open está voltado para uma final Sampras x Agassi. Se alguém vencer um deles e estragar a festa, vai ser um "mico" de proporções monumentais. Enquanto isso, a frequência de celebridades que circula por Flushing Meadows neste ano decepciona muito. Somente os habituais "arroz-de-festa" bateram ponto, como Spike Lee, Tom Selleck e a bonitona Pamela Anderson. Tom Cruise prometeu aparecer, mas está ocupado com as finalizações da versão para cinema da série clássica "Missão Impossível". No evento organizado para que artistas e tenistas jogassem partidas de duplas, Chris Evert e Whoopy Goldberg foram campeãs. Na chave masculina, o tenista norte-americano Jared Palmer conseguiu o título, apesar do fraquíssimo parceiro, o ator Tom Arnold. E o US Open continua, neste ano bem menos atrapalhado pela chuva. Azar dos marreteiros, que têm guarda-chuvas com a cara de Andre Agassi estampada. De US$ 12, o preço já caiu para US$ 5. Texto Anterior: A torcida metropolitana está entediada Próximo Texto: Notas Índice |
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