São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 1995
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PPB enfrenta primeiras divergências

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

PPR e PP escolheram a sigla PPB (Partido Progressista Brasileiro) para o partido criado ontem a partir da fusão dos dois.
A sigla PPB foi escolhida por manifestação. Para a presidência do novo partido, foi confirmada a eleição do senador Esperidião Amin (SC), que já presidia o PPR. Os deputados Delfim Netto (PPR-SP) e Vadão Gomes (PP-SP) foram indicados para primeira e segunda vice-presidências.
Pelos números de ontem, o PPB terá 85 deputados e 8 senadores e será a terceira maior bancada do Congresso. Um grupo de deputados do PPR, porém, insatisfeito com a indicação de Odelmo Leão (PP-MG) para líder na Câmara -lugar que era ocupado por Francisco Dornelles (RJ)-, ameaça deixar o novo partido.
"O Odelmo é um líder que não tem expressão", criticou o deputado Eraldo Trindade (PPR-AP), um dos rebelados que ameaça debandar para o PMDB. Segundo Trindade, outros oito deputados do Rio Grande do Sul, Acre e Bahia ficaram indignados com a escolha.
A indicação de Leão foi uma exigência do PP. Para fazer a fusão, o partido exigiu ou a liderança da Câmara ou a presidência do PPB. Dornelles admitiu que haverá defecções, mas disse que o PPB está negociando mais adesões para compensar as eventuais perdas.
Embora todos os líderes do PPB neguem a pretensão de reivindicar cargos a FHC, o novo partido nasce de olho em ministérios. O deputado Francisco Dornelles é citado como o nome do partido para ocupar, de preferência, o Ministério da Indústria e Comércio.
Amin pergunta: "Se o governo tem colaboradores do PT, como a ex-deputada Irma Passoni, que admiro muito, por que não ter do novo partido, que o apóia?".
A fusão PPR-PP foi feita sem o PRP. Os diretórios regionais fizeram uma rebelião contra o deputado Adhemar de Barros Filho (SP), único representante do partido no Congresso. Impedido de fazer a fusão, Barros Filho assinará a ficha de adesão ao PPB.

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