São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 1995 |
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Metalúrgico de SP tem mais medo de desemprego
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
Esse é o resultado de pesquisa realizada pela Companhia Brasileira de Pesquisa e Análise junto a 400 metalúrgicos sob encomenda do sindicato da categoria, ligado à Força Sindical. "E o período de coleta foi de 19 de julho a 10 de agosto de 1995. Hoje, a situação com certeza seria ainda pior", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e diretor da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. Ele se refere à onda de demissões que atinge a categoria desde meados de agosto. A maioria -36%- ainda está um pouco satisfeita com o Plano Real. Também a maior parte dos entrevistados -45%- consideram o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso regular. Apesar disso, o salário defasado aparece como o problema que mais atrapalha a vida do metalúrgico hoje -23% responderam voluntariamente nesse sentido. A Força Sindical e a direção do sindicato defendem a livre negociação salarial e um trabalho de parceria com os empresários. A opinião, no entanto, não é compartilhada pela base. A maioria absoluta dos metalúrgicos pesquisados -54%- é totalmente contra a livre negociação entre entre patrão e empregado e 38% se opõem à parceria do sindicato com empresários. "Isso é natural. Idéias novas sempre precisam ser debatidas. Quando nós defendemos a privatização, em 87, 88, todo mundo era contra. Depois perceberam que era a melhor saída", disse Paulinho. Apesar da divergência de opiniões, 76% dos metalúrgicos entrevistados se posicionaram totalmente ou parcialmente a favor da associação do sindicato com a Força Sindical. As bases do presidente da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros, criticaram o apoio dado por ele ao prefeito Paulo Maluf nas últimas eleições -52% se colocaram totalmente contra. E muitos -36%- e posicionaram contra o fato de Medeiros ter se candidatado a governador no ano passado. Mesmo assim, 76% gostariam de ter Medeiros de volta no sindicato. "A possibilidade de eu voltar ao sindicato está absolutamente descartada. É necessário criar novas lideranças, como o Paulinho". Texto Anterior: Subversão ambiental Próximo Texto: Bancos oferecem R$ 200 de abono Índice |
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