São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 1995 |
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Sem-terra bloqueiam bancos no Paraná
JOSÉ MASCHIO
Eles protestavam contra a demora do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em conceder a imissão de posse da fazenda Pontal do Tigre, invadida pelos sem-terra em 1988. Anteontem, os sem-terra já haviam bloqueado a PR-218, que liga Querência do Norte (PR) a Naviraí, no Mato Grosso do Sul. Segundo Celso Angnoni, líder dos sem-terra, o bloqueio às agências do Banco do Brasil e do Banestado (as duas únicas agências da cidade) faz parte de uma mobilização para pressionar "o Incra a deixar de enganar os colonos". A PM enviou 60 homens à cidade, mas até as 18h de ontem não havia ocorrido nenhum confronto entre PM e sem-terra. O prefeito de Querência do Norte, Mário José Amadige (PP), disse que intercedeu junto à PM "para que não acontecesse nenhuma tragédia". Ele disse que a população de Querência do Norte "apóia os sem-terra, que aumentaram a produção agrícola no município". O gerente do Banco do Brasil na cidade, Gilberto Jacobucci, disse que teve orientação da direção do BB para "evitar qualquer confronto". Segundo ele, os sem-terra são potenciais clientes do banco. No final da tarde de ontem, uma reunião entre a Superintendência Regional do Incra e a coordenação do Movimento dos Sem-Terra no Paraná tentava resolver o impasse. Segundo Ireno Alves dos Santos, da coordenação estadual dos sem-terra, o Incra se comprometeu a tentar apressar a imissão de posse junto à 9ª Vara Federal de Curitiba. À noite, os sem-terra iriam decidir se mantinham o bloqueio. Texto Anterior: Igreja Universal estuda processo contra Globo Próximo Texto: PF vai apurar confronto no Mato Grosso Índice |
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