São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 1995
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Descoberta organização de tráfico na zona sul

Grupo é acusado de matar 6 pessoas em chacina

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia de São Paulo descobriu uma organização de traficantes de drogas semelhante àquelas que atuam no Rio de Janeiro.
O CS (Comando Sul) estaria envolvido em uma chacina na ilha do Bororé (zona sul) e dominaria o tráfico na favela do Buraco Quente e no Jardim Letícia (zona sul).
O comerciante Erenilson Soares, 42, o Jô, é apontado como líder do CS. Ele usaria crianças para distribuir drogas e pagaria churrascos e enterros para moradores da favela e do Jardim Letícia.
Jô está com a prisão temporária decretada. Ele lideraria o tráfico na favela há mais de um ano.
A polícia descobriu o CS quando investigava a chacina na ilha do Bororé, em que seis pessoas foram mortas na semana passada.
Quatro mulheres sobreviveram e denunciaram os autores do crime à polícia (leia texto abaixo).
A polícia identificou o CS após prender anteontem três acusados de participar da chacina: a adolescente V.M.E., 15, o garoto A.E.A., 13, e o ajudante Nilmindo José Amorim, 33, o Kito.
A polícia apreendeu também uma camiseta do CS, cujo símbolo seria um revólver e uma faca cruzados atrás de uma caveira, e uma fita de vídeo.
A fita mostra uma festa patrocinada por Jô na qual membros da quadrilha vestem camisetas do CS. Jô teria mandado confeccioná-las e distribuído a seus homens.
Segundo o delegado Carlos Roberto Benito Jorge, 37, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), a casa de Jô é uma "fortaleza" que fica atrás do shopping Interlagos (zona sul).
Além de Jô, de Kito e dos adolescentes detidos, outras oito pessoas, que seriam membros do CS e teriam participado da chacina da ilha do Bororé, estão sendo procuradas pela polícia.
Foi pedida a prisão temporária de Benedito Vanderlei de Oliveira, o Benê, Edvaldo Cardoso, o Divinha, Gregório da Paz, o Catinha, Valter de Jesus, o Valter Careca, e Antonio José de Moura, o Macalé.
Os outros procurados são o adolescente M.R.P.G., 17, e dois menores conhecidos apenas como Bebê Diabo e Neguinha Débora.

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