São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 1995 |
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Recriações originais trazem sabor ao disco
DA ENVIADA AO RIO Acreditando com firmeza que interpretação também é invenção, Effe vira de cabeça para baixo duas músicas gravadas pelo pagodeiro Bezerra da Silva, "O Preto e o Branco (Zezinho do Vale, J. Laureano e Carlinhos Russo) e "Quem Usa Antena É Televisão (Pinga e Celsinho da Barra Funda). Na última, encontra o parentesco entre as ruas de Los Angeles e os morros do Rio de Janeiro.Em seguida, presta homenagem a uma pérola do cancioneiro brega, "Farofa-Fa (Mauro Celso), na qual introduz como uma espécie de vinheta-comentário o refrão de "Babá Alapalá", de Gil. Por fim, se atreve a se apropriar de "De Frente Para o Crime (João Bosco e Aldir Blanc), cuja letra hoje parece ingênua -"tá lá um corpo estendido no chão-, depois de massacres na vida real que somaram muitos corpos estendidos no chão. Se nas versões fica mais evidente o sincretismo particular de Effe, nas suas composições aparece um criador maduro, um letrista refinado e um cantor peculiar, que oscila entra a doçura e a ferocidade. Para os fãs dos Picassos, um reconhecimento. Para quem perdeu esse capítulo, boa oportunidade para recuperar o tempo perdido. O disco traz participações de músicos como o percussionista Marcos Suzano, o baterista dos Paralamas, João Barone, e de Wagner Tiso tocando acordeom. Disco: Humberto Effe Lançamento: Virgin Preço: R$ 20 (o CD, em média) Texto Anterior: Ex-Picassos Falsos lança primeiro CD solo Próximo Texto: Não existem respostas prontas Índice |
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