São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 1995
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Nova campanha

É hoje inquestionável a importância das campanhas regulares contra a disseminação do vírus da Aids no país. Nelas, a informação clara e precisa desempenha uma função decisiva. E, quanto mais diversificadas forem suas mensagens, maior será o público atingido.
A nova campanha do Ministério da Saúde, recorrendo a filmes publicitários, gibis, folhetos e até a um jingle em linguagem entre desabrida e jocosa, procura adaptar as informações preventivas ao repertório do público de baixa renda.
A escolha pode ser justificada pelo fato de, infelizmente, ainda registrar-se, nessa faixa da população, uma grande resistência ao uso de preservativos -meio mais eficaz de evitar a contaminação.
O jargão científico, para grande parte da população, é hoje tão indecifrável quanto a linguagem literária. De outro lado, uma excessiva dramaticidade no trato da prevenção à Aids parece não ser o meio mais eficaz de chamar a atenção das camadas mais pobres, para as quais a atividade sexual é antes de tudo um lazer barato.
No momento em que a distinção dos chamados "grupos de risco" tornou-se obsoleta, a desinformação inevitavelmente torna os amplos setores de baixa renda mais vulneráveis à propagação do vírus.
A despeito de uma ousadia talvez excessiva em seus termos, é possível que a nova campanha possa enfim atingir agora um maior contingente da população.

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