São Paulo, domingo, 17 de setembro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
'Não suportava quando ele assistia futebol na TV' Silvia diz que com o MADA aprendeu a aceitar o marido AURELIANO BIANCARELLI
Aparentemente, Silvia só teria a reclamar do atropelo do dia que só acaba perto da meia-noite, quando volta da escola. Mas sua relação com a família estava virando um inferno. No ano passado, Silvia decidiu entrar para o grupo Mulheres que Amam Demais Anônimas. "Me identifiquei com aquelas mulheres já na primeira vez", conta. "Descobri que fazia tudo pensando em agradar os outros e que as pessoas interferiam muito na minha vida. Eu não admitia a possibilidade de errar. Não via meus limites nem o do outro." O sapato do marido no chão da sala e seu desajeito quando tentava dividir as tarefas da casa a deixavam furiosa. "Não suportava vê-lo sentado no sofá aos domingos, assistindo futebol pela TV. 'Vai passear com as crianças, soltar pipa com elas', eu dizia. Hoje não ligo mais. Pego eu mesma as crianças e vou dar uma volta." As confusões começavam logo cedo, quando os filhos tinham de ser acordados e arrumados para estarem na escola às 7h. "Eu sou rápida, meu marido é devagar. Eu me irritava querendo que ele fizesse tudo no meu ritmo. Ele acabava se atrapalhando ainda mais. Agora, se ele fizer o café e se arrumar já acho ótimo. Se ele disser que vai lavar a louça mais tarde, tudo bem. Eu aprendi a aceitar seus limites." O marido também mudou com o grupo. "Quando decidi voltar a estudar, sair com gente mais jovem, ele ficou inseguro. A opinião dele conta, mas já não prevalece, e ele aceita isso. Ele se recusa a fazer análise, mas aos poucos está aprendendo a aceitar meus limites." (AB) Texto Anterior: Grupo 'anti-álcool' é pioneiro Próximo Texto: Gerente 'insiste' em ciumentos Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |