São Paulo, domingo, 17 de setembro de 1995 |
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Especialistas prevêm volta de déficits
LUIZ ANTONIO CINTRA
Essa é a avaliação colhida pela Folha junto a empresários e especialistas em comércio exterior. Um cenário provável para os meses de setembro e outubro é de superávits de US$ 500 milhões e US$ 300 milhões, respectivamente, segundo Demosthenes Madureira de Pinho Neto, economista-chefe do Unibanco. "Em novembro e dezembro, a balança pode voltar a ter pequeno déficit", afirma o economista. Para Pinho Neto, a variável que vai determinar o resultado do comércio exterior brasileiro é o nível de atividade da economia. Caso os negócios voltem a ficar aquecidos, aumenta o consumo de importados e as exportações tendem a cair. Com isso, cresce a possibilidade de déficits. "Hoje os recursos do compulsório que foram liberados pelo governo estão represados em títulos públicos, mas podem virar crédito", afirma Pinho Neto. Além do nível de atividade, o último bimestre do ano tem uma sazonalidade adversa. Isso porque com a proximidade das festas de fim de ano há maior consumo de importados e redução das exportações. Roberto Gianetti da Fonseca, presidente da Silex Trading, lembra que alguns produtos agrícolas, como a soja, estão entrando na entressafra e por isso as exportações desses produtos devem cair. As altas taxas de juros também pressionam o crescimento das importações. "O empresário prefere comprar no exterior, com prazo de 180 dias e juros de 1% ao mês", diz. Para Fonseca, o cenário "tende a mudar até o fim do ano e os déficits podem voltar". Isso porque não existe grande possibilidade de as exportações apresentarem expressivo crescimento no médio prazo. Para Joseph Tutundjian, vice-presidente da Cotia Trading, o resultado da balança em setembro e outubro deve ficar pouco acima do de agosto, que deve ser de US$ 350 milhões positivos. A possibilidade de a balança poder voltar a apresentar déficit não chega a preocupar o empresário. "O importante é que a tendência de déficits mensais grandes já acabou", diz Tutundjian. Para ele, o comércio brasileiro deve registrar saldo negativo no ano próximo de US$ 3 bilhões. Texto Anterior: Para ex-presidente do BC, dólar deve parar de subir Próximo Texto: Demissões são transitórias, diz Malan Índice |
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