São Paulo, domingo, 17 de setembro de 1995
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Intenção foi desafogar bancos, não empresas

DA "AGÊNCIA DINHEIRO VIVO"

Este mês, o Banco Central não está tomando medidas de flexibilização dos compulsórios bancários. As de agosto visaram unicamente resolver a crise de liquidez do sistema bancário, e não desafogar as empresas.
Os sinais são de que o aperto ao crédito continuará até o final do ano. O único objetivo do BC é evitar novas quebras de bancos.
Nesse sentido, este mês, o BC resolveu adotar outra tática: a de forçar os grandes bancos a desempoçar a liquidez por meio da menor oferta de títulos públicos. Não está funcionando. Os grandes preferem perder dinheiro do que emprestar aos pequenos.
O custo real ao ano de um capital de giro pré chega a superar em 40 pontos percentuais o rendimento real de um CDB.
O giro pré custa, em média, 4,85% efetivos ao mês, dos quais 4% reais. Isso, quando a empresa consegue encontrar crédito. Nesse caso, credencia-se à inadimplência, já que a recessão não permite o repasse aos preços.
Apesar da expectativa de que o câmbio andará mais depressa do que a inflação até o final do ano, as opções de crédito em dólar são as mais vantajosas. Pelo bom motivo de que os juros em reais correm muito mais velozmente do que o câmbio.
Na dúvida -de queda do over ou manutenção nos próximos meses-, não compre ativos prefixados. Os CDBs continuam pagando menos do que o projetado pelo DI, face ao empoçamento da liquidez.
Investir em CDBs significa abrir mão da possibilidade de alta do DI, na hipótese de confirmação da tese de que o BC não irá alterar o over. Fique no swap CDB/DI e nos fundos DI.

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