São Paulo, domingo, 17 de setembro de 1995 |
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Livro contesta tese racista
DANIELA FALCÃO
Quando saiu, decidiu que teria que publicar um livro contando sua vida, mas só conseguiu fazer isso 46 anos depois, em 1982. "Mostrei os originais para 300 editores e nenhum se interessou pela minha história. Esperei até 82. Aí, peguei todas as economias que tinha, vendi o carro e banquei a tiragem de 130 exemplares porque estava ficando velho e não podia mais deixar o tempo passar". Em julho deste ano, o livro "A Time of Terror" (Um Tempo de Terror) foi lançado simultaneamente no Reino Unido e Austrália. Nos EUA, está na terceira edição. Desde que saiu da prisão, Cameron virou um autodidata apaixonado pela história norte-americana. Dá verdadeiras aulas sobre a Guerra Civil e a Constituição dos EUA para os que visitam o museu. "Sinto-me na obrigação de contar como as coisas aconteceram de fato, e não como estão contadas nos livros dos brancos." Entre suas críticas à história oficial da Guerra Civil, Cameron afirma que os Estados do Norte não tinham qualquer intenção de acabar com a escravidão. "Eles queriam manter os 33 Estados unidos, só isso. A liberdade dos escravos tinha uma importância totalmente secundária, mas os romancistas distorceram tudo." Apesar da idade, Cameron continua escrevendo pelo menos um artigo por semana. Seus temas prediletos são as críticas à pena de morte ("termina matando gente inocente") e ao fim do sistema de quotas raciais nos Estados Unidos. No ano passado, usou seus próprios recursos para escrever o livro "Jack Offs Galore", que rebate todos os argumentos levantados pelos sociólogos Charles Murray e Richard Hernstein para provar que os brancos são mais inteligentes que os negros em "The Bell Curve" ("A Curva do Sino"). "As pessoas acham que o racismo acabou. Mas esquecem que em 81 um menino de 19 anos foi linchado e enforcado por dois bêbados da KKK." (DF) Texto Anterior: Cameron foi salvo da forca Próximo Texto: Países da África devem ajudar Ruanda e Burundi Índice |
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