São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 1995 |
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Culto em Manhattan atrai a polícia GILBERTO DIMENSTEIN e DANIELA FALCÃO GILBERTO DIMENSTEIN; DANIELA FALCÃO
Pelo menos 2.000 ficaram de fora e os seguranças do teatro tiveram que pedir reforço policial. Durante dois meses, a igreja convocou os fiéis para o evento de ontem, mas não advertiu que o teatro onde aconteceria o culto tinha apenas 5.500 lugares. A reunião estava marcada para as 15h, mas desde as 14h não havia mais lugares disponíveis dentro do teatro. O Madison Square Garden é um complexo de entretenimento com duas casas de espetáculo, uma com 5.000 lugares (Paramount) e outra com 19.800 (Madison). O culto de ontem foi realizado no Paramount, mas nos anúncios feitos na televisão a Igreja mencionava apenas que a reunião seria no Madison Square Garden. As pessoas que chegavam e não conseguiam entrar ficavam paradas no hall que dá entrada aos dois teatros, para desespero da segurança local. O bispo Edir Macedo não compareceu ao culto. Todas as orações e passes foram conduzidas por cerca de 50 pastores e obreiros (auxiliares dos pastores) dos cinco templos de Nova York. Membros da Igreja em Newark (Nova Jersey) também vieram ajudar na organização do culto. Pelo menos 70% dos fiéis eram hispânicos. Os pastores eram em sua maioria brasileiros e portugueses e se comunicavam com o público em portunhol. Famílias inteiras foram ao culto. Havia muitos deficientes físicos em cadeiras de rodas. Também era grande o número de cegos. Os fiéis chegavam a esperar dez minutos nas filas para tomar os passes, que não duravam nem um minuto. Os obreiros eram sempre jovens, com idades aproximadas entre 17 e 25 anos. Todas as vezes que conseguiam realizar um "milagre" (fazer gente com muletas andar ou aliviar a dor de alguém), os obreiros eram aplaudidos e saudados com gritos de "viva". Como os seguranças do Madison Square Garden -que só falavam em inglês- não conseguiam se comunicar com a multidão que ficou do lado de fora, os próprios pastores tomaram a iniciativa de tentar controlar a situação. A solução encontrada foi de colocar pastores e obreiros no hall de entrada do teatro para dar passes e fazer exorcismos, como estava acontecendo lá dentro. Com alto-falantes na mão, os pastores pediam que os fiéis desobstruíssem as saídas e formassem fila para ser atendidos. Um dos momentos de maior tensão aconteceu do lado de fora, quando os obreiros decidiram distribuir vidrinhos com um azeite com propriedades milagrosas. A multidão avançou em cima das caixas e, depois de muito empurra-empurra, a distribuição teve que ser suspensa. O culto foi até as 18h. O consolo que os obreiros davam aos fiéis que não haviam conseguido entrar, nem receber passes do lado de fora era de procurar a igreja. Texto Anterior: Papa disputa fiéis com a Universal na África do Sul Próximo Texto: Como fui exorcizado em NY Índice |
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